Lançado em 2005, "Devil May Cry 3" solidificou seu lugar nos corações dos fãs como um divisor de águas na renomada franquia. Após a recepção mista de "DMC2", a Capcom ousou retornar às raízes da série, elevando a intensidade, o desafio e a ambição tanto na história quanto na jogabilidade. O resultado? Um dos títulos mais aclamados da série, reverenciado até hoje como o favorito de muitos.
Mas além das lutas estilizadas, dos confrontos épicos e da complexa rivalidade entre irmãos, existem detalhes fascinantes que ajudam a compreender como este jogo se tornou um fenômeno. Prepare-se para mergulhar em dez curiosidades que revelam os bastidores de "Devil May Cry 3".
Vergil Ganhou Uma Nova Chance
No primeiro "Devil May Cry", a narrativa sugeria que Vergil havia sido corrompido por Mundus ainda na infância, transformando-se no temível Nelo Angelo. No entanto, quando Bingo Morihashi assumiu o roteiro de "Devil May Cry 3", ele vislumbrou uma nova trajetória para o personagem. Assim, foi estabelecido que Vergil sobreviveu ao ataque que vitimou sua mãe, buscando incessantemente poder pelo mundo. Essa mudança foi fundamental para construir o conflito central do terceiro jogo: o intenso embate entre os irmãos. O fim do jogo, com Vergil caindo no Submundo e confrontando Mundus, reconfigurou a história de como ele acabou sob o controle do demônio.
O Mangá Incompleto
Antes dos eventos retratados em "Devil May Cry 3", Dante já enfrentava demônios e se envolvia em diversas confusões. Parte dessas aventuras foi explorada no mangá oficial do jogo. A história mergulhava em momentos cruciais que precederam a ascensão da torre Temen-ni-gru, como o incidente envolvendo Alice e um vislumbre do reencontro entre Dante e Vergil. Esses acontecimentos preenchiam lacunas e apresentavam um Dante ainda mais jovem, impulsivo e cínico, enquanto seu passado sombrio começava a emergir. Infelizmente, o mangá nunca foi concluído. Apenas dois volumes foram lançados, com planos para um terceiro focado em Lady. No entanto, o artista responsável desistiu do projeto antes de finalizá-lo, deixando os fãs órfãos dessa conclusão.
Conhecimento Samurai de Vergil
Daniel Southworth, o talentoso ator que deu vida a Vergil em "Devil May Cry 3", não chegou despreparado para o papel. Além de possuir um profundo conhecimento da história do personagem, ele também dominava a cultura samurai, que se encaixava perfeitamente com a postura rígida, disciplinada e silenciosamente intensa de Vergil. Para a equipe de desenvolvimento, esse conhecimento foi fundamental, tanto na dublagem quanto na captura de movimentos. Southworth enfatizou que Vergil era um personagem aparentemente calmo, mas que deixava escapar sinais sutis de fúria e conflito interno, elementos que ele procurou incorporar cuidadosamente em sua performance.
Rebellion: A Chave para o Devil Trigger
A herança demoníaca de Dante, o Devil Trigger, foi despertada de fato após sua primeira batalha contra Vergil em "Devil May Cry 3". A responsável por essa transformação foi a Rebellion, a espada herdada por Dante e que, até então, era apenas mais uma arma estilosa em seu arsenal. No entanto, a lâmina havia sido encantada por Sparda para reagir ao sangue de seu filho, funcionando como uma chave mística para liberar o poder latente do caçador de demônios.
Número Criativo das Missões
Um dos detalhes mais criativos de "Devil May Cry 3" reside nas cenas de abertura de cada missão. Em vez de simplesmente exibir o número do capítulo na tela, o jogo opta por esconder esse elemento dentro da própria cena. Por exemplo, na introdução da missão 3, Lady surge em sua moto, e os demônios Hell Prides e Hell Lust são consumidos por chamas que, por um breve momento, formam o número "3". Já na missão 11, é o sangue derramado por Arkham que escorre até formar o número correspondente.
Comercial Japonês
Reuben Langdon, o dublador e ator de captura de movimentos conhecido por interpretar Dante desde "Devil May Cry 3", protagonizou um comercial japonês do jogo. A propaganda foi originalmente planejada para ser mais ambiciosa, mas sofreu cortes de orçamento.
Lady Quase Foi Mentora
Nos estágios iniciais de desenvolvimento, Lady seria uma personagem bem diferente. A ideia original era que ela fosse mais velha que Dante, com um visual maduro, postura séria e até fumando cigarros – quase uma mentora para o protagonista. No entanto, o diretor Hideaki Itsuno se opôs firmemente a essa proposta, pois queria atrair o público japonês jovem, e acreditava que a personagem precisava ser visualmente mais próxima desse público. O visual final foi inspirado na cantora Julia Volkova, do grupo pop russo t.A.T.u.
Visual de Vergil
Inicialmente, Vergil teria um visual mais distinto em relação a Dante, com um corte de cabelo mais curto. No entanto, a equipe foi orientada a deixar o cabelo de Vergil com o mesmo comprimento do irmão para criar um impacto visual durante a luta entre os dois sob a chuva.
Multiplayer Oculto
Este foi o único jogo da franquia a contar com um modo multiplayer até o lançamento de "Devil May Cry 5". Para ativá-lo, o segundo jogador deve conectar um controle e apertar "Start" quando o jogador principal estiver usando o estilo Doppelganger ou durante a batalha contra Arkham, quando Vergil se junta ao combate.
Jogo Sangrento
"Devil May Cry 3" também foi o primeiro da série original a apresentar violência de forma mais explícita. Enquanto outros jogos suavizam ferimentos, aqui vemos cenas bem mais intensas.