A jornada frenética de Super Cubo continua a gerar discussões acaloradas no universo dos animes. Para quem acompanha, a premissa é direta: um protagonista que adquire poderes através de um sistema misterioso e os utiliza para tentar salvar a garota por quem é apaixonado. A ação ininterrupta e a evolução constante do protagonista remetem a obras como Solo Leveling, mantendo o público engajado em sua busca desesperada.

A animação, produzida por um estúdio chinês, pode ser encontrada em plataformas de streaming da produtora ou através de fontes alternativas. Após um início promissor, alguns episódios apresentaram um ritmo menos impactante, com o sexto sendo considerado um dos mais fracos até o momento, onde o protagonista parecia inexplicavelmente mais vulnerável.

No entanto, o sétimo episódio de Super Cubo surgiu como um divisor de águas, elevando a qualidade da animação a níveis próximos ao impressionante primeiro episódio. Cenas fluidas e coreografias de luta elaboradas reacenderam a empolgação dos espectadores, confirmando a expectativa de que o alto nível de animação visto nos trailers seria retomado em momentos cruciais da narrativa.

Surpreendentemente, essa explosão de qualidade visual gerou controvérsia. Um animador japonês, conhecido por seu trabalho em One Punch Man, expressou duras críticas à animação do sétimo episódio, desencadeando um debate online entre aqueles que concordavam com suas observações e aqueles que defendiam o trabalho do estúdio chinês.

Um dos pontos altos do episódio 7 foi o gancho deixado para o próximo. Pela primeira vez na série, a animação entregou um final de episódio verdadeiramente intrigante, capaz de despertar a curiosidade e a ansiedade pelo que está por vir.

A trama segue o protagonista em sua escalada por andares repletos de inimigos cada vez mais poderosos, em uma estrutura clássica de shonen. As lutas, até então, careciam de um impacto visual consistente, com alguns momentos de destaque isolados. O episódio 6, em particular, destoou pela aparente fragilidade do protagonista em um confronto que beirava o cômico, um problema recorrente que será abordado posteriormente.

No sétimo andar, o protagonista enfrenta o último e mais poderoso adversário remanescente. A luta inicial impressiona pela coreografia e fluidez das artes marciais. Contudo, um problema comum em muitas animações chinesas logo se manifesta: a dificuldade em manter a seriedade por longos períodos. Em meio a uma situação de vida ou morte, elementos cômicos são inseridos de forma abrupta.

Nesse confronto específico, a luta ganha um tom bizarro quando o protagonista zomba da cabeleira do oponente, culminando em uma cena exagerada e caricata. Apesar da animação fluida e bem executada, a quebra de tensão com humor infantil pode ser jarring para alguns espectadores.

A luta prossegue com uma transformação do oponente e sequências de ação ainda mais intensas. O protagonista, à beira da derrota, defende um golpe fatal com uma pá, em mais um momento de humor inesperado. A trilha sonora empolgante contrasta com as falas e ações cômicas, gerando um sentimento ambíguo na experiência do espectador. O protagonista então demonstra um power-up e domina o confronto, em uma sequência visualmente impressionante, mas com a constante interferência de elementos humorísticos.

Após um breve interlúdio, o oponente retorna, tentando explodir o prédio. A falha em seu plano é mais uma oportunidade para inserir comédia. A luta continua com mais sequências de ação de alto nível, culminando na derrota do vilão após o protagonista ser motivado por memórias de sua amada. A finalização do combate é marcada por mais uma cena visualmente espetacular, mas com um toque final cômico, com a roupa íntima do vilão voando pelos ares.

Apesar da animação de ponta, resultado de dois anos de produção, a inserção constante de comédia em momentos de tensão é um ponto de crítica recorrente. Essa característica parece ser cultural em muitas obras chinesas, onde a seriedade raramente perdura por muito tempo.

O episódio termina com o protagonista alcançando sua namorada, apenas para descobrir uma bomba sob sua cadeira. Ele a teletransporta para o plano de seu sistema, mas a explosão afeta o cubo e o deixa em estado catatônico. Um ataque surpresa e a namorada se colocando na frente dos disparos criam um gancho dramático, algo raro na animação. O retorno do personagem do primeiro episódio, possivelmente uma versão futura do protagonista, adiciona um mistério intrigante para os próximos capítulos.

Apesar da animação fantástica e do gancho promissor, a constante quebra de tensão com comédia infantil é um ponto negativo significativo. No entanto, a polêmica gerada pelo episódio 7 vai além da simples reclamação sobre o tom da narrativa.

Um animador japonês renomado criticou a animação, descrevendo-a como exagerada e sem respiro, com cenas impactantes sucedendo-se sem que o espectador tenha tempo de absorvê-las. Essa crítica gerou um debate acalorado online, com alguns concordando que a fluidez excessiva pode prejudicar o impacto emocional, enquanto outros defendiam a qualidade da animação, especialmente considerando a idade do animador principal, um jovem de apenas 19 anos.

A comparação com a animação caótica e difícil de entender da luta de Mahogara em Jujutsu Kaisen surgiu no debate, com opiniões divergentes sobre o que constitui animação "boa" ou "ruim". A alegação de que o animador chinês estaria copiando o estilo de animadores japoneses famosos, como Yotaka Nakamura, também foi levantada. Embora a inspiração seja evidente, a replicação de um estilo admirado é uma prática comum no aprendizado da animação.

Em suma, Super Cubo entrega momentos de animação verdadeiramente impressionantes, mas a constante interferência de humor infantil em cenas sérias prejudica a imersão e o impacto emocional. A polêmica gerada pelo sétimo episódio levanta questões interessantes sobre o equilíbrio entre fluidez, impacto e estilo na animação contemporânea. Resta aguardar os próximos episódios para ver se a narrativa encontrará um tom mais consistente e se a animação continuará a surpreender, apesar das controvérsias.

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