"Eu Reencarnei como o 7º Príncipe para Poder Aperfeiçoar Minhas Habilidades Mágicas" apresenta uma premissa interessante: um plebeu apaixonado por magia, mas sem talento, renasce como um príncipe com imenso potencial mágico. Lloyd de Saloum aproveita seus recursos e tempo para se dedicar ao estudo da magia. Mas será que a execução da história acompanha a ideia original?

A trama parece promissora, levantando questões sobre como riqueza e poder permitem a busca pela felicidade através de hobbies e paixões. No entanto, a animação não explora o potencial anticapitalista inerente à premissa. A oportunidade de discutir como o dinheiro compra tempo, segurança e recursos para perseguir a felicidade é deixada de lado, tornando a narrativa menos impactante.

Apesar da magia ser central na vida de Lloyd, o universo mágico da série permanece pouco desenvolvido. Em vez de aprofundar nos detalhes e complexidades da magia, a história se concentra em batalhas mágicas. O aprendizado de Lloyd está frequentemente ligado a combates, onde ele domina novas habilidades rapidamente. Isso transforma a animação em uma fantasia de poder genérica, onde o protagonista é absurdamente forte.

Embora fantasias de poder não sejam intrinsecamente ruins, a série enfrenta uma batalha difícil para se destacar em um mercado saturado. "Príncipe 7" cumpre os requisitos básicos do gênero aventura sem ousar explorar novos territórios. Temos um protagonista poderoso com uma obsessão (a magia), mascotes adoráveis e mulheres que o admiram sem motivo aparente.

Apesar de Lloyd ter apenas 10 anos, a animação perpetua o tropo do protagonista cercado por mulheres atraídas por ele. Essa dinâmica, que inclui momentos desconfortáveis, parece existir apenas para replicar clichês de outras animações do gênero.

A questão central é: a animação é divertida? Apesar de ideias promissoras não exploradas, as cenas de luta são empolgantes? A animação é boa? Infelizmente, a resposta é ambivalente. As lutas são divertidas apenas metade do tempo, e o poder esmagador de Lloyd diminui a tensão. No entanto, a animação da magia é colorida e vibrante, compensando outras deficiências visuais. Há também algumas expressões faciais exageradas que podem render ótimos memes.

A trilha sonora é decente, com temas de abertura e encerramento genéricos, mas com momentos inspirados na música de fundo. A dublagem é boa, mas o elenco japonês se destaca.

"Príncipe 7" desperdiça seu potencial ao optar por uma abordagem segura e clichê. O resultado é uma animação visualmente agradável, mas sem a profundidade e originalidade necessárias para se destacar no gênero de fantasia de poder.