"Eu queria não ter assistido esse episódio. Sinceramente. Me sinto como se tivesse acabado de ler uma versão alternativa da webtoon de The Beginning After The End… Só que feita em PowerPoint.
Porque é isso que esse anime virou: um monte de imagens estáticas com música de fundo e alguns efeitos visuais jogados em cima, como se isso disfarçasse a completa ausência de animação. Isso aqui não é um anime. É um slideshow com trilha sonora.
Comparações com a quinta temporada de Nanatsu no Taizai já estão rolando no Discord. Eu nem cheguei a ver a quinta, parei na terceira ou na quarta. E mesmo assim, eu consigo afirmar com alguma segurança: DBGATE tá competindo pau a pau com o fundo do poço.
E não é só a animação que está sofrível — a adaptação da história está simplesmente quebrada. A cena pós-créditos foi alterada a ponto de desrespeitar completamente a lógica do universo. Silvia saindo da caverna? Ela tá se escondendo! Isso muda tudo!
Mas vamos por partes.
Logo no começo do episódio, temos uma 'luta' entre o Arthur e o pai. Só que, em vez de ver a ação, o que temos é uma sequência de imagens congeladas, com linhas de velocidade e uma trilha dramática tentando convencer a gente de que aquilo é dinâmico.
Spoiler: não é.
Nem as cenas mais simples foram animadas. Nada se move. Até quando o personagem está parado, ele não 'respira', não pisca. É um jpeg em tela cheia. A gente tá vendo um anime estático. Slow motion tem mais movimento que isso.
E o bicho em CGI? Vergonhoso, mas foi a única parte que me fez rir de verdade. Não pelo humor, mas pelo ridículo da execução. Close na cara dele, do nada, várias vezes. Um bicho malfeito em 3D que nem precisava existir. Parecia uma cutscene de jogo de celular ruim.
As cenas do Arthur com a Alice na carroça então? Copiaram e colaram a mesma imagem dezenas de vezes. Eu, que tava tirando print pra ilustrar o vídeo, percebi que nem precisava mais — era literalmente sempre o mesmo quadro.
Teve até inscrito no canal dizendo que era perigoso tomar copyright strike, porque o anime é tão parado que qualquer print vira material protegido, já que aquilo é o episódio inteiro. Pra não correr risco, vou fazer o meu vídeo se mexer mais do que o anime.
E os lobos em CGI? Mano… aquilo parecia lobo de browser game de 2006. E quando eles 'pulam' pra atacar? É só uma imagem deles no ar com blur e linha de movimento. Eles nem caem no chão, nem mordem, nem nada. É só blur. Pior que gif de WhatsApp.
E o auge da preguiça: a Jasmine aparece em CGI… parada. Eles usaram CGI pra fazer uma imagem estática! Não tiveram nem o trabalho de desenhar. Um modelo 3D parado! O cúmulo da economia.
E quando tem um mínimo de animação? É isso aqui: Arthur correndo. Sim, ele corre. Isso foi o clímax da animação do episódio inteiro.
Mas calma, ainda tem a cereja do bolo: as magias.
DBGATE é uma obra de magia, um mundo onde magia é central, essencial. E como a magia foi mostrada nesse episódio? Com um PNG na mão do personagem e uns efeitos de brilho. Não tem nem animação nas magias!
Qualquer anime medíocre da década passada tem cenas de feitiço mais bem feitas que isso. Até Isekai do Smartphone, que todo mundo zoa, tem mais esforço.
E a sequência final, com os bandidos? Trágico. Nenhum movimento. Nenhum. O Reynolds sendo atacado, a Ellen salvando ele com uma flecha? Não tem arco sendo puxado, não tem disparo, não tem impacto. Tem grito e trilha sonora tentando encobrir a vergonha.
E detalhe: nessa cena, o bandido é desenhado à mão e o Reynolds é CGI. O personagem descartável recebe mais cuidado que o pai do protagonista. Parabéns, estúdio, isso é um feito.
O Arthur se sacrificando, empurrando o mago no penhasco, deveria ser um momento emocionante. Aqui, nem o mago aparece na cena pós-crédito. Nem isso fizeram direito.
Silvia aparecendo do nada na floresta? Quebra completa da narrativa. Ela deveria estar escondida em uma caverna e o Arthur, ferido, a encontraria lá. Transformaram um momento importante de descoberta e superação em um encontro aleatório.
E quando a Alice vai curar o Reynolds e dizem que formaram uma barreira pra ocultar a magia… mas no frame, estão todos expostos no meio de uma clareira. A 'barreira' é eles em pé, espalhados no mato. Que piada.
Sinceramente, o flashback da vida passada do Arthur está mais bem feito que o presente. Esse anime devia se chamar 'O Fim Antes do Começo', porque 'O Começo Depois do Fim' tá sendo só tragédia.
Eu gostei da Magiazinha Mini, ela ainda é adorável. Mas mesmo isso foi mal explorado. Cortaram interações importantes que mostram como ela e o Arthur se aproximam. Isso era desenvolvimento de personagem, e virou ela parada na frente dele.
Resumo da ópera: arte ruim, animação inexistente, adaptação péssima, história quebrada. Um desrespeito com quem acompanhou a webtoon e ama a obra original.