Quase duas décadas após a declaração, uma antiga reflexão do renomado diretor Mamoru Oshii reacendeu debates acalorados nas redes japonesas. O motivo? Suas palavras sobre o sucesso no anime continuam surpreendentemente relevantes para muitos fãs.

Em uma entrevista de anos atrás, Oshii compartilhou uma observação que agora está viralizando novamente: "A maioria das obras que são consideradas 'grandes sucessos' são, em essência, fruto do acaso. As obras que ninguém esperava que triunfassem são frequentemente aquelas que se tornam grandes sucessos. Não há exceções. 'Space Battleship Yamato', 'Mobile Suit Gundam', 'Neon Genesis Evangelion' e até 'Pokémon' se encaixam nessa categoria."

Ele também criticou as obras "fabricadas" para o sucesso desde o início: "Há casos em que o sucesso é planejado desde o princípio, e às vezes funciona. Mas acredito que esse tipo de sucesso está fadado a desaparecer rapidamente. Por exemplo, sei que em certo estúdio fizeram 'Code Geass: Lelouch of the Rebellion' e disseram que era um grande sucesso depois de muito tempo. Mas, mesmo assim, eu pensava que desapareceria em menos de três anos. Os sucessos planejados só duram enquanto o plano for efetivo, e esse tipo de estratégia não pode durar 10 ou 20 anos."

Embora a entrevista seja antiga, muitos em redes como o Twitter estão resgatando essas palavras porque, segundo eles, Oshii estava absolutamente certo. Alguns argumentam que, na indústria atual, onde muitas produções parecem ser feitas com uma calculadora em mãos, não há mais espaço para esses sucessos "acidentais" que ele menciona.

Curiosamente, muitos também defenderam obras como "Code Geass", argumentando que, apesar de ser "planejada", conseguiu permanecer relevante com novas versões, sequências e eventos. Assim, o debate está em andamento: animes que nascem do nada têm mais impacto do que aqueles projetados para vender desde o início?

Os comentários online sobre as palavras de Oshii são variados. Alguns concordam que "Code Geass", embora popular, não manteve a qualidade ao longo do tempo, com críticas à segunda temporada. Outros defendem a longevidade da série, especialmente considerando que foi um projeto com objetivos comerciais claros.

Alguns usuários apontam para o próprio Oshii, argumentando que seu trabalho perdeu relevância com o tempo. Outros lamentam a falta de animes de mecha que superem "Code Geass", indicando uma possível estagnação no gênero. A presença da série em máquinas de caça-níqueis (Pachinko) também é mencionada como um fator que mantém "Code Geass" na mente do público, mesmo entre os novos fãs.

Há também quem acredite que toda obra é lançada com a esperança de sucesso, independentemente de ser um projeto "acidental" ou planejado. Alguns criticam Oshii por não entender como o negócio funciona hoje em dia, sugerindo que sua visão está desatualizada.

Outros comentam sobre a evolução dos animes originais, mencionando "Evangelion", "Code Geass" e "Madoka Magica" como pilares, lamentando a falta de sucessores à altura. Há quem defenda que o mais importante é o entretenimento, independentemente da pretensão de um anime.

Mamoru Oshii, famoso por obras como "Ghost in the Shell" e "Patlabor 2", sempre foi conhecido por sua franqueza, o que o torna uma figura muito respeitada (e às vezes polêmica) no mundo do anime. O fato de uma entrevista tão antiga ainda gerar discussões apenas confirma que sua visão sobre a indústria continua a ressoar. A questão permanece: o futuro do anime está nos sucessos inesperados ou nas fórmulas comprovadas?