Prepare-se para desvendar os mistérios da mente humana através de uma das personagens mais intrigantes do mundo dos animes! Hoje, mergulharemos fundo na psique de Maomao, a jovem apotecária de "Diários de uma Apotecária", uma figura que desafia as expectativas e nos faz questionar o papel das emoções em nossas vidas. Ela não é a protagonista barulhenta e extrovertida que estamos acostumados; Maomao é pragmática, racional e, em alguns momentos, parece não querer ser governada pelos próprios sentimentos. Essa análise promete virar sua cabeça de ponta-cabeça!
"Diário de uma Apotecária" nos transporta para um cenário semelhante à China imperial, um mundo onde imperadores governam e concubinas são essenciais para a sucessão. É nesse ambiente que conhecemos Maomao. Sua personalidade singular é fruto de uma infância complexa, marcada pela ausência dos pais biológicos (Fengan, um cortesão de alto nível, e Lakan, um oficial militar). Criada na casa Verdigres, no famoso distrito da Luz Vermelha, ela foi amamentada por Pirin e educada pelas três princesas e pela Madame, além de ter aprendido sobre ervas e doenças com seu tio-avô Lumen.
Essa formação atípica fez com que Maomao aceitasse sua vida como ela era, sem muitas expectativas. Quando sequestrada e vendida ao palácio para ser uma serva e provadora de venenos, ela se adapta com uma velocidade impressionante. Sua experiência prévia com venenos e sua resistência a eles, somadas a uma infância sem vínculos fortes, criaram uma personagem que não se apega facilmente a pessoas ou locais.
Estudos psicológicos apontam que cerca de uma em cada três pessoas tem uma capacidade maior de lidar com mudanças bruscas. Isso ocorre com aqueles que não ficam remoendo o passado, mas sim focam em encontrar a melhor maneira de agir no presente. Maomao encarna essa característica: ela não questiona o que poderia ter sido, não lamenta. Ela é técnica, pragmática e busca se adaptar às novas situações sem se perder em ruminações. É uma máquina de sobrevivência e solução de problemas!
Um detalhe marcante na aparência de Maomao são suas sardas falsas. Ela usa maquiagem para simular essas sardas com a intenção clara de não atrair olhares masculinos. Isso revela um sensor de alerta constante e uma expectativa de, de alguma forma, o pior das pessoas. Embora isso a proteja em um ambiente hostil, também limita sua capacidade de se relacionar profundamente.
Maomao leva as coisas ao "pé da letra", focada em seu trabalho. Ela parece ter medo de desenvolver conexões mais profundas, algo enraizado em sua criação em um mundo de cortesãs, onde o amor era uma mercadoria e relacionamentos eram transações financeiras. Nesse ambiente, as conexões humanas genuínas eram quase inexistentes. Esse contexto moldou sua visão pragmática da vida e das relações, tornando-a testemunha da exploração e da desigualdade.
Essa falta de um repertório para compartilhar emoções é um déficit na resposta emocional de Maomao. Ela entende o mundo com clareza, mas falha em se conectar com as pessoas de forma funcional. A ciência explica isso: o córtex pré-frontal se ativa quando conhecemos novas pessoas, e nos sentimos confortáveis ao ver o "espelho" em outros. No entanto, é o giro temporal superior que explica a conexão profunda, ativado quando compartilhamos ativamente, especialmente segredos, medos, sonhos e aspirações. Esse comportamento libera ocitocina, o neurotransmissor que nos permite criar vínculos. A ausência dessa conexão profunda é a fonte do sofrimento de Maomao, que se limita a interações superficiais.
Embora o distanciamento emocional de Maomao traga desafios em suas relações, ele é a chave para um de seus maiores trunfos: sua capacidade observadora aguçada e sua mente lógica. Ela consegue analisar situações de ângulos distantes, sem o viés das emoções. Em um mundo onde discussões políticas, familiares e sociais são frequentemente distorcidas por sentimentos, Maomao consegue separar a emoção da razão, pensando de forma lógica e não sendo afetada por paixões.
Enquanto a teoria postula que avaliamos racionalmente nossas conquistas, a realidade é que as emoções frequentemente interrompem o pensamento racional. Maomao, com seu temperamento pragmático e focado na resolução efetiva de problemas, prospera na análise de sistemas complexos e na busca por melhorias.
Sem spoilers da próxima temporada, é provável que as emoções de Maomao comecem a aflorar com o tempo, como acontece com o ser humano. Não temos consciência de quão importantes são nossas emoções em nossas escolhas diárias, especialmente em grandes decisões envolvendo tempo e dinheiro. Como concluiu o neurologista Antônio Damásio, na ausência de marcadores emocionais, a tomada de decisão é praticamente inatingível. As emoções estão por toda parte, influenciando cada escolha, desde largar um emprego até negociar um carro.
No final da primeira temporada, vemos a complexidade de Maomao. Sua interação com o pai, Lakan, que a tratou como peça de um jogo, revela uma ausência de raiva; ela é grata por ter conhecido Lumen devido ao abandono. Com Jinshi, apesar da evidente atração, ela usa a ironia como proteção, incapaz de demonstrar sentimentos abertamente. Maomao não segue os caminhos tradicionais das mulheres de sua época; ela desenvolveu seus próprios gostos e uma visão de mundo única, moldada por um passado de adaptação e pragmatismo.
A influência do nosso passado, das nossas relações familiares e do ambiente é permanente. Maomao é um espelho disso, uma personagem que nos convida a refletir sobre o peso das nossas experiências na forma como vivemos e nos conectamos (ou não) com o mundo.
Qual o impacto das suas emoções nas suas escolhas diárias? Você se identifica com a lógica implacável de Maomao?