Para os amantes de atmosferas densas e combates estratégicos, um título em especial evoca memórias de uma era de ouro dos videogames. Reviviendo um espírito que marcou gerações, este jogo nos transporta para um universo onde o sobrenatural e o histórico se entrelaçam de forma sombria e envolvente. A experiência inicial, imersa em um clima que remete a celebrações queridas, logo revela camadas profundas que ecoam clássicos do terror.
A ambientação, com seus cenários pré-renderizados que exalam um charme nostálgico, juntamente com a mecânica de cura através de ervas e a constante resolução de enigmas engenhosos, estabelecem uma forte conexão com a lendária franquia Resident Evil. Os puzzles, variados e desafiadores, testam a perspicácia do jogador a cada novo obstáculo, desde encaixes complexos até sequências numéricas intrigantes.
Em uma época onde o estilo Resident Evil transcendia o gênero, atuando quase como um padrão de design para diversos jogos, a Capcom e outras desenvolvedoras exploravam essa fórmula de movimentação peculiar, uma evolução da clássica "movimentação de tanque". Títulos como Galerians surgiram, buscando replicar a tensão e a atmosfera que consagraram a série.
No entanto, a nostalgia traz consigo alguns vícios da época. A câmera, por vezes, se torna uma adversária implacável, especialmente em confrontos contra chefes ou em momentos de ação intensa. A desorientação causada pelas mudanças abruptas de ângulo pode levar a movimentos equivocados, um desafio bem conhecido por quem vivenciou a era do PlayStation 2, plataforma que este remaster busca preservar em sua essência. Resta a dúvida sobre como essa característica será recebida por jogadores mais novos.
A estética da era PS2 também se manifesta nas cutscenes, com modelos de personagens que, apesar de buscarem um certo realismo, carregam a marca visual daquela geração. É uma qualidade que remete diretamente aos avanços gráficos da época, quando a sensação de estar assistindo a um filme começava a surgir nos videogames.
Uma mecânica que rapidamente se torna viciante é a absorção de almas dos inimigos derrotados. O gesto de estender a mão e coletar a energia espectral para fortalecer equipamentos, como armas e armaduras, adiciona uma camada estratégica gratificante à progressão do personagem. As diferentes armas, que também evoluem, oferecem movesets distintos, incentivando a experimentação e a adaptação a diferentes tipos de adversários.
Além das almas, a economia do jogo gira em torno do ouro, representado por pepitas encontradas em cenários como uma vila mineradora logo no início da aventura. Com o ouro, o jogador adquire itens, sendo a maioria deles presentes para os aliados que oferecem suporte crucial nas batalhas contra os chefes. O elenco de personagens de apoio, incluindo até mesmo um curioso cavalo de ferro, adiciona uma camada estratégica e narrativa interessante. A possibilidade de controlar esses aliados futuramente é uma expectativa que paira no ar.
Apesar da atmosfera envolvente e das mecânicas viciantes, a câmera traiçoeira não é o único ponto que pode gerar confusão. O sistema de save também apresenta uma peculiaridade: embora o progresso seja mantido, o ponto de retorno após um carregamento nem sempre é o local exato onde o jogador salvou, funcionando quase como uma forma sutil de punição. Além disso, o jogo cataloga o número de saves realizados, um detalhe que pode incomodar alguns jogadores, assim como a sugestão de jogar no modo fácil após múltiplas derrotas.
A movimentação do personagem, embora funcional, pode parecer um pouco errática, exigindo uma adaptação por parte do jogador. A experiência inicial, focada em explorar o jogo de forma intuitiva, sem recorrer a guias externos, busca preservar a autenticidade das primeiras impressões.
Os confrontos contra os chefes, marcantes pela sua dificuldade, intensificam a influência da câmera. No entanto, a complexidade desses duelos reside não apenas nos padrões de ataque dos inimigos, mas também no design das salas e no contexto da narrativa.
A expectativa para o restante da jornada reside na promessa de se perder em labirintos e desvendar enigmas intrincados. O jogo, embora linear em sua progressão principal, oferece uma exploração rica em segredos e itens colecionáveis, um aspecto que se torna particularmente viciante. Com uma duração estimada entre 6 e 10 horas, este título se apresenta como uma excelente opção para quem busca uma aventura imersiva com a essência dos jogos da era 128 bits, que equilibravam avanços técnicos com uma duração mais concisa.
Estas são as primeiras impressões de uma jornada que apenas começou. A franquia Onimusha, já conhecida por seu primeiro título, ainda reserva muitas surpresas a serem descobertas. O lançamento deste novo capítulo está programado para breve, reacendendo a chama da nostalgia e convidando novos jogadores a experimentarem um estilo de jogo que marcou uma geração. Para os curiosos, um pacote com o primeiro e o segundo jogo está disponível para PC e consoles, oferecendo a oportunidade de mergulhar de cabeça neste universo sombrio e fascinante.