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A adaptação para anime de "Gachiakuta" promete ser um divisor de águas no mundo dos shonen. Com um estilo visual único e uma atitude desafiadora, a série tem tudo para ressoar com o público. A história acompanha Rudo, um personagem que personifica a raiva e a frustração em um mundo distópico, construído sobre um lixão gigante.

O estilo de "Gachiakuta" pode ser descrito como caótico, sujo e marginal, características que se encaixam perfeitamente com o cenário em que a trama se desenvolve. A força dos traços, combinada com a liberdade da arte de rua, cria um visual impactante e memorável. Com a estreia da adaptação para anime, o público terá a oportunidade de experimentar este mundo em movimento e com som.

Em um painel na Anime Expo 2025, a criadora do mangá, Kei Urana, o designer de grafite, Hideyoshi Andō, e o produtor do estúdio Bones, Naoki Amano, compartilharam detalhes sobre o processo de criação e adaptação da obra.

Urana revelou que suas maiores influências vêm da música, embora tenha preferido não citar artistas específicos. Ela explicou que utiliza músicas que combinam com a atmosfera de cada cena ao desenhar o mangá. A experiência de trabalhar com a equipe da Bones também a ensinou a simplificar o design de seus personagens, facilitando o trabalho da equipe de animação.

A discussão sobre o uso de métodos analógicos versus digitais na arte também foi abordada. Urana acredita que ambos têm suas vantagens. A arte analógica, por exemplo, permite que as linhas tenham sua própria alma e personalidade, transmitindo uma sensação única ao leitor. No entanto, ela também reconhece a versatilidade das ferramentas digitais, que permitem experimentar com facilidade novas técnicas e ideias. Sua filosofia é que os artistas devem usar as ferramentas que melhor se adaptam ao seu estilo e necessidades.

Andō, responsável pelos grafites e outros elementos visuais que enriquecem a arte de Urana, citou Mike Giant e a Tribal Crew como grandes inspirações. Ele também comentou sobre a crescente aceitação da arte de rua, afirmando que "a arte é apenas arte e não precisa pertencer a um gênero".

O desafio de adaptar o estilo visual único de "Gachiakuta" para a animação foi um dos temas centrais da conversa com Amano, o produtor do estúdio Bones. Ele explicou que a equipe utilizou bastante computação gráfica para manter a consistência dos traços grossos e sombreados. A colaboração com Andō também foi fundamental, já que ele forneceu os grafites e as orientações necessárias para sua utilização na animação.

Amano detalhou as diversas decisões tomadas durante o processo de produção, como a escolha entre animação digital e manual para as criaturas do lixão, o estilo dos traços dos personagens e os efeitos de pós-produção. Apesar de todas as inovações digitais, ele ressaltou a importância dos métodos tradicionais, afirmando que muitos animadores veteranos ainda utilizam lápis e papel para criar a animação chave da série.

A dedicação e o talento dos criadores de "Gachiakuta" foram evidentes durante todo o processo de adaptação. Urana e Andō acompanharam de perto cada etapa da produção, revisando roteiros, storyboards e designs de personagens. Amano expressou sua gratidão por essa colaboração, que foi essencial para garantir a fidelidade da adaptação.

A expectativa em torno da estreia de "Gachiakuta" é alta. A combinação de um estilo visual inovador, personagens cativantes e uma história que aborda temas relevantes tem o potencial de conquistar um público amplo e diversificado. Resta aguardar para ver se a série irá corresponder às expectativas e se tornará o próximo grande sucesso do mundo do anime.