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DMC2: A Controvérsia e Curiosidades do Título Esquecido de Devil May Cry

14-07-2025
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Lançado em 2003, Devil May Cry 2 ocupa um lugar peculiar e controverso na aclamada franquia. Enquanto o Devil May Cry original cativou jogadores do mundo todo com sua ação frenética e um protagonista memorável, a sequência trilhou um caminho divergente, resultando em reações mistas e, para muitos, decepção. Apesar das críticas, Devil May Cry 2 possui uma história de desenvolvimento repleta de reviravoltas e curiosidades que merecem ser exploradas.

Um dos pontos mais marcantes é a ausência de Hideki Kamiya, o visionário por trás do primeiro jogo, na produção da sequência. A equipe original de Kamiya soube da existência de Devil May Cry 2 durante a localização do primeiro título para o mercado norte-americano e europeu. Um membro da nova equipe solicitou a Kamiya os documentos de design e o roteiro original, pegando-o de surpresa. Kamiya expressou publicamente sua frustração por não ter sido convidado pela Capcom para liderar o projeto da sequência.

A direção de Devil May Cry 2 foi entregue ao Studio 1 da Capcom, um estúdio até então focado em jogos de arcade. A aprovação para o desenvolvimento ocorreu no verão de 2001, buscando capitalizar o sucesso crescente do primeiro jogo. O produtor Tsuyoshi Tanaka declarou que o objetivo era criar um jogo maior e mais ambicioso, com cenários estimados em nove vezes o tamanho dos originais.

Dante também passou por uma reformulação, sendo retratado como um personagem mais "maduro e sério". Essa mudança foi motivada pela insatisfação de um dos produtores com as piadas e o humor do protagonista original. Além disso, a ênfase em puzzles foi reduzida e o sistema de câmeras foi completamente reformulado, com base em pesquisas realizadas com jogadores para identificar e corrigir os pontos fracos do primeiro jogo.

No entanto, a inexperiência do novo estúdio rapidamente transformou o projeto em um caos. Diante da situação crítica, Hideaki Itsuno, recém-saído do desenvolvimento de Capcom vs. SNK 2, foi chamado para resgatar o projeto, assumindo a direção a apenas seis meses do lançamento. Itsuno relatou que "nada estava sendo feito e algo precisava mudar". O roteiro não estava finalizado, as cenas de corte não haviam sido gravadas e o conceito do Devil Trigger de Dante permanecia incerto.

Em um esforço conjunto, todos os funcionários foram mobilizados, e até mesmo membros de outras equipes, como Hiroyuki Nara, foram convocados para concluir o jogo. Apesar das condições adversas, Itsuno conseguiu lançar um produto minimamente jogável, um feito considerado um verdadeiro milagre.

Insatisfeito com o resultado, Itsuno não queria que Devil May Cry 2 fosse seu legado na franquia. Antes mesmo do término do projeto, ele solicitou a oportunidade de dirigir Devil May Cry 3 desde o início. Ele reuniu os membros da Team Devil que estavam dispostos a continuar, buscando utilizar o aprendizado obtido em Devil May Cry 2 para criar algo superior.

A inclusão de Lucia como personagem jogável foi uma das adições notáveis em Devil May Cry 2. Essa decisão visava responder às críticas de que Trish não era jogável no primeiro título. Lucia trouxe consigo um conjunto único de habilidades e ataques, adicionando uma nova camada de jogabilidade e diversidade ao jogo. No entanto, muitos jogadores consideraram que Lucia não possuía a mesma profundidade e desenvolvimento de Dante, e sua presença não foi suficiente para elevar a experiência geral do jogo.

A trama de Devil May Cry 2 acompanha Dante e Lucia em sua luta contra Arius, um empresário que busca libertar a entidade Argosax para dominar o mundo. A aventura os leva à ilha de Vie de Marli, onde segredos sobre o passado de Lucia e o legado de Sparda são revelados. O jogo apresenta campanhas paralelas com Dante e Lucia, compartilhando os mesmos cenários com pequenas variações. O final é ambíguo, com Dante partindo sozinho para o inferno para impedir o despertar de Argosax, enquanto Lucia enfrenta os resquícios da ameaça no mundo humano.

Originalmente, Devil May Cry 2 seria ambientado em Nova York, mas os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 levaram os desenvolvedores a mudar a localização para evitar insensibilidade com os eventos. A escolha inicial de Nova York era motivada pela crença de que a grandiosidade da cidade permitiria a criação de uma atmosfera sombria e impactante.

A dificuldade reduzida em comparação com o primeiro jogo também foi alvo de críticas. Muitos jogadores sentiram que o desafio havia sido atenuado, comprometendo a adrenalina característica da série. Curiosamente, o jogo não possui um modo "Fácil" convencional, e existem momentos em que é possível evitar ser atingido pelos inimigos mesmo sem se esforçar.

Em suma, Devil May Cry 2 não atendeu às expectativas dos fãs e da crítica. O site GameSpot o elegeu como o "Jogo Mais Decepcionante de 2003", e a UGO Networks o classificou como a 19ª maior decepção dos videogames, destacando a queda de qualidade em relação ao original.

Na cronologia da série, Devil May Cry 2 se passa após Devil May Cry 1 e antes de Devil May Cry 4. A Capcom evitou abordar diretamente os eventos posteriores a Devil May Cry 2 por muito tempo, até o lançamento de Devil May Cry 5, onde a ordem cronológica foi finalmente estabelecida: 3, 1, 2, 4 e 5. No entanto, a Capcom raramente referencia os eventos de Devil May Cry 2, o que leva alguns fãs a ignorarem sua existência.

FONTE: OVICIO.BR

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