Com uma nota impressionante de 4.4, o episódio 19 da segunda temporada de DAN DA DAN, intitulado "Feeling Kinda Gloomy", é um excelente exemplo do que torna a adaptação do estúdio Science SARU uma obra-prima consistente. Conforme analisado em uma resenha especializada, o episódio se destaca por três sequências que capturam a essência do anime, misturando romance adolescente, debates maduros e cenas de ação dinâmicas de forma brilhante.
A primeira sequência a ser destacada é o arco romântico protagonizado por Momo e Okarun. Após um encontro constrangedor, Momo, uma adolescente relatable, fica mortificada e diz a Okarun para não esperá-la ao final de seu turno em um café, mesmo que em seu coração, ela secretamente deseje que ele o faça. A cena alterna entre o esforço de Momo em seu novo trabalho como garçonete e sua ansiedade crescente enquanto o relógio avança. A maestria de DAN DA DAN reside em sua capacidade de traduzir a angústia adolescente, impulsionada por uma mistura de vergonha paralisante e uma afeição avassaladora. O momento em que Momo sai e vê Okarun esperando por ela é uma fatia de intimidade executada com perfeição. Esse segmento, em particular, prova que a série funcionaria com a mesma excelência mesmo se fosse uma história de romance simples, sem a presença de testículos dourados, sondas alienígenas ou fantasmas.
O segundo ponto alto do episódio foge do romance juvenil e foca em uma conversa adulta e séria entre Seiko e Manjiro. A discussão surge após a irresponsabilidade de Aira quase levar a uma nova experiência de quase morte com o Olho do Mal. Enquanto Manjiro expressa sua preocupação em deixar o espírito parasita viver dentro de Jiji, Seiko, de forma melancólica, reflete sobre como a "fantasia" do desejo de Jiji é um fardo que os adultos devem carregar. O conflito entre o pragmatismo de Manjiro, que defende que adultos devem ajudar as crianças a encarar a realidade, e a posição de Seiko demonstra a profundidade dos personagens coadjuvantes. A resenha elogia Seiko por ser uma figura de mentora excêntrica, mas que se sente como um ser humano "muito real". É um testemunho da qualidade do roteiro que nenhum personagem em DAN DA DAN seja reduzido a um mero dispositivo de enredo.
Finalmente, o episódio brilha em sua terceira sequência, um treinamento improvisado de Okarun e Aira com a Vovó Turbo. A resenha expressa uma preferência por sistemas de poder caóticos e emocionalmente motivados, como em Chainsaw Man, em oposição à complexidade desnecessária e às longas monólogos de animes como Demon Slayer e Jujutsu Kaisen. DAN DA DAN encontra um equilíbrio perfeito. A Vovó Turbo explica que o problema de Okarun não é a falta de força, mas a deficiência em suas técnicas de movimento e luta. A série, então, usa sua trilha sonora e uma edição de primeira linha para ilustrar o conceito de forma brilhante. Okarun não pode apenas socar e chutar para subir de nível; ele precisa repensar a coreografia dos seus movimentos. O ponto alto, e o clímax perfeito do episódio, é a transição insana para uma batalha com os fantasmas de famosos compositores clássicos, o que reforça a capacidade do anime de surpreender e misturar gêneros com maestria.
O episódio, mesmo sendo considerado um de "preparação" para eventos futuros, é uma prova de que a adaptação de DAN DA DAN é um dos destaques do ano, combinando uma escrita inteligente, personagens complexos e sequências de ação visualmente impressionantes.