O último capítulo de "Choujin X" mergulha em um dilema moral complexo, levantando questões sobre fé, fatalismo e o peso das decisões passadas. Tokio, confrontado com a possibilidade da calamidade de Zora, propõe uma solução drástica: ele mesmo tomar a Marca da Besta. Essa sugestão choca a todos, inclusive Zora, e desencadeia um debate intenso sobre as implicações dessa escolha.
A justificativa de Tokio se baseia no que ele chama de "A Aposta de Pascal". Assim como o filósofo Blaise Pascal argumentava sobre a crença em Deus, Tokio acredita que, diante da incerteza, é mais sensato apostar na possibilidade da calamidade e tomar a Marca, pois os ganhos potenciais (evitar a destruição) superam os riscos (carregar a Marca). Ele argumenta que, se Mado estiver correta e a calamidade não ocorrer, tomar a Marca não terá consequências negativas. Mas, se a calamidade se concretizar, a Marca será essencial para detê-la.
Essa abordagem pragmática é recebida com ceticismo e até mesmo raiva. Mado Arthur One expressa sua indignação, argumentando que a proposta de Tokio desonra aqueles que morreram lutando e teme que ele se torne como Zora, uma figura vista como louca e obcecada. Ely demonstra preocupação com o destino de seus amigos, caso Zora morra.
Sandek, por sua vez, reflete sobre as opções de Yamato Mori. Ele percebe que a negociação proposta por Tokio coloca a organização em uma posição vantajosa, pois agora eles têm a oportunidade de ditar os valores e a moral da situação: seguir seu próprio caminho ou aceitar um compromisso com Zora. Sandek lamenta a escolha da descrença, que ele associa a maiores perdas, em vez de um salto de fé.
O capítulo explora a fundo o tema do arrependimento, mostrando como as decisões passadas moldam o presente. Sandek se lembra de Batista, que lamentava a perda de seus poderes originais, e de como ele se viu forçado a se render à vontade de uma visão. A profecia da calamidade de Zora o assombra, levando-o a questionar a inevitabilidade do destino.
A narrativa apresenta Zora e Mado como figuras que levam o fatalismo a extremos. Zora, obcecada em controlar a narrativa e evitar a "danação eterna", busca forçar o futuro a se concretizar, transformando-se em uma profecia autorrealizável. Tokio, por outro lado, oferece um caminho diferente: ao tomar a Marca sem preconceitos, ele busca libertar a geração passada do peso de suas decisões e arrependimentos.
A decisão de Sandek de não permitir que Tokio tome a Marca em seu território abre caminho para uma nova reviravolta. Ele propõe levar Zora para Yamato Mori e buscar a opinião de Mado. Durante esse tempo, Zora tem um flashback de uma conversa com Queem, revelando que ela tomou os poderes Choujin X dele em algum momento, enfraquecendo-o.
O capítulo culmina com uma cena impactante: a forma gigantesca de Zora se transforma, revelando seu corpo verdadeiro, uma mulher idosa com os olhos cobertos por dedos e pernas substituídas por dedos gigantes. Ela expressa dúvidas sobre a capacidade de Tokio, mas se mostra disposta a tentar o futuro que ele oferece. No momento em que Zora estende a mão para Tokio, ela é abruptamente decepada por uma força misteriosa.
O capítulo 61.2 de "Choujin X" deixa mais perguntas do que respostas, aprofundando o mistério em torno da calamidade de Zora e do futuro da humanidade. A aposta arriscada de Tokio, o arrependimento de Sandek e a revelação chocante do corpo verdadeiro de Zora abrem caminho para um arco narrativo repleto de incertezas e reviravoltas. A história promete explorar ainda mais os temas da fé, do destino e do poder das decisões individuais em um mundo à beira do caos.