A censura na China não é exatamente novidade pra ninguém, mas a mais recente polêmica tá deixando muita gente de queixo caído. O governo chinês quer começar a restringir ainda mais os animes consumidos por jovens no país — e dessa vez o alvo não são cenas violentas, conteúdos adultos ou mensagens políticas. O foco agora são as comédias românticas escolares.
Sim, aqueles animes fofos, com crushes adolescentes, bilhetinhos no armário e aquela famosa tensão de “será que eles vão ficar juntos?”. Pois é, esse tipo de história aparentemente está incomodando o governo chinês.
Mas por que exatamente?
Segundo relatos que circulam na internet, o argumento é que esses animes estariam incentivando os jovens chineses a começarem relacionamentos cedo demais. E isso, na visão do governo, seria uma distração prejudicial à performance escolar.
O ideal defendido por lá é que os adolescentes devem focar exclusivamente nos estudos até a universidade. Nada de paquerinhas ou dramas emocionais. Um internauta chinês chegou a dizer que "só começou a viver de verdade depois da faculdade", porque até lá sua rotina era basicamente estudar — inclusive nos fins de semana.
Ou seja: na prática, o governo quer evitar qualquer influência que tire os jovens dessa “linha de produtividade”.
O mercado chinês é gigantesco e tem se tornado cada vez mais importante para os estúdios japoneses. Muitos animes são licenciados, traduzidos e até co-financiados por empresas da China. Se esse tipo de conteúdo for realmente bloqueado por lá, pode começar a influenciar os temas que os estúdios japoneses escolhem trabalhar, mesmo que indiretamente.
Imagina um cenário onde romances colegiais começam a ser evitados porque não são bem-vindos no segundo maior mercado consumidor? Isso pode mudar o rumo de muita produção por aí.
Ainda não houve anúncio oficial de uma nova lei ou regulamentação direta sobre o tema, mas os rumores têm ganhado força. E, considerando o histórico de censura da China, não seria surpresa se essas proibições começassem a acontecer de forma sutil e gradual.
Enquanto isso, fica a dúvida: até que ponto um governo pode (ou deve) interferir nas histórias que seus cidadãos consomem? E será que isso pode abrir precedente pra outras nações?