John Walker, uma figura complexa e controversa do Universo Marvel, personifica um patriotismo radical, decisões questionáveis e um senso de justiça peculiar. Sua introdução como substituto do icônico Capitão América desencadeou uma onda de debates e transformou sua trajetória em um estudo de personagem fascinante. Com a aproximação do filme dos Thunderbolts, é crucial revisitar a história desse anti-herói que, mesmo quebrando regras, sempre priorizou a proteção de sua nação, independentemente do preço.

A saga de Walker começa com a decisão de Steve Rogers de abandonar o manto de Capitão América, desiludido com os rumos dos Estados Unidos. Rogers abdica do escudo e do uniforme, adotando um traje com cores patrióticas, porém, sem ligação direta com o governo, passando a se autodenominar "O Capitão". A Comissão de Atividades Superhumanas, órgão governamental responsável por supervisionar o Capitão América, não aceita a perda de seu super-herói oficial e inicia a busca por um substituto que se encaixe em suas diretrizes rígidas.

É nesse contexto que John Walker surge. Um soldado natural da Geórgia, Walker nutria grande admiração por seu irmão, um herói de guerra falecido no Vietnã. Inicialmente, ele participa de ligas de luta livre super-humanas, chamando a atenção de um publicitário ambicioso. Este o convence a se tornar um super-herói completo, adotando o nome de Super Patriota. Usando seus poderes recém-adquiridos, Walker busca seguir os passos do Capitão América, interpretando o heroísmo através de suas próprias convicções políticas.

O assessor de Walker arma uma série de confrontos contra supostos apoiadores de Steve Rogers – na verdade, atores contratados para difamar Rogers e promover Walker como o substituto ideal, algo que o Super Patriota já ambicionava antes mesmo da renúncia de Steve.

O plano dá certo. Após um resgate dramático, Walker é nomeado o novo Capitão América. No entanto, a situação rapidamente se deteriora. Walker é enviado por um agente corrupto para auxiliar na caça de opositores políticos de um ditador sul-americano, o que o leva a questionar suas ações. Em seguida, seus métodos violentos como Capitão América resultam no assassinato de seus pais por terroristas, após sua identidade secreta ser revelada na televisão.

Impedido de comparecer ao funeral por ordens superiores, Walker entra em colapso emocional e mata diversos membros do grupo terrorista responsável pela morte de seus pais. Suas ações o levam a ser capturado pelo vilão fascista Apátrida, mas ele é resgatado por Steve Rogers, que atuava como Capitão na clandestinidade.

Posteriormente, Walker é manipulado pelo Caveira Vermelha para confrontar Rogers em Washington. No entanto, os dois heróis percebem a manipulação e unem forças para derrotar o vilão. Após a batalha, Walker devolve o escudo e o uniforme de Capitão América a Steve, e adota o uniforme preto, vermelho e branco que o Capitão vinha usando. Ele passa a ser conhecido como Agente Americano.

Devido às suas ações passadas, que mancharam sua reputação perante o público, decide-se que ele continuará seu trabalho como Agente Americano em segredo. A Comissão de Atividades Super-Humanas simula a morte pública de Walker para que ele possa iniciar sua nova vida como o herói fantasma do governo.

Ao longo dos anos, Walker integrou diversas equipes como Agente Americano, começando com sua indicação pelo governo aos Vingadores da Costa Oeste. Seu comportamento confrontador gerou atritos iniciais, mas ele provou seu valor repetidas vezes, garantindo seu lugar na equipe e abrindo caminho para integrar outros grupos, como a Força-Tarefa. Com o tempo, o Agente Americano continuou colaborando com equipes relacionadas, como os Poderosos Vingadores, e grupos criados pelo governo, como o Júri, demonstrando sua capacidade de trabalhar em equipe.

Durante o evento Segurança Máxima, a Terra foi transformada em uma prisão intergaláctica. O Agente Americano foi nomeado líder da S.T.A.R.S., uma divisão federal encarregada de lidar com ameaças super-humanas, coordenando os heróis da Terra para manter a ordem. No entanto, ao descobrir que a Inteligência Suprema planejava usar a Terra como arma, Walker se rebelou contra seus superiores e uniu os heróis para impedir a assimilação do planeta por Ego, o Planeta Vivo.

Após a Guerra Civil da Marvel, o Agente Americano ficou do lado pró-registro do Homem de Ferro, sendo encarregado de capturar heróis e vilões que violassem a lei. Ele foi designado para a equipe Tropa Ômega, do Canadá, e posteriormente assumiu o lugar do Capitão América nos Novos Invasores, uma breve segunda chance como o Sentinela da Liberdade.

Walker sofreu uma grande tragédia ao ser gravemente ferido pelo vilão Bazuca, que usou a lança de Odin para amputar seu braço e perna esquerdos. Apesar dos ferimentos, ele recusou próteses cibernéticas avançadas, optando por próteses convencionais. Anos depois, usando uma cadeira de rodas e um braço protético, Walker se tornou o diretor de um novo programa Thunderbolts, liderado por Luke Cage, com ex-vilões buscando redenção.

Durante seu tempo com os Thunderbolts, Walker foi transportado para uma realidade alternativa, experiência que restaurou seu corpo, permitindo que ele retomasse seu papel como Agente Americano. No entanto, sob controle mental, ele foi forçado a liderar uma nova formação dos Vingadores Sombrios. Ao se libertar do controle, ele deixou a equipe.

No Reinado do Demônio, Walker infiltrou-se nos Thunderbolts de Wilson Fisk, trabalhando secretamente para o FBI em busca de provas contra o prefeito. Como líder dos Thunderbolts, ele manteve os membros mais perigosos da equipe sob controle, garantindo que todos obedecessem à lei, mesmo que isso exigisse ações duras nos bastidores.

A jornada de John Walker é marcada por controvérsia, redenção e um patriotismo complexo. Sua trajetória como Agente Americano demonstra que, mesmo com falhas e escolhas questionáveis, a busca por justiça e a proteção de sua nação podem moldar um herói único e imprevisível.