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A Matadora de Deuses: Desvendando o Poder de Guts Contra a Mão Divina em Berserk

01-05-2025

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Para os fãs de "Berserk", a questão de como Guts, o implacável Cavaleiro Negro, poderá superar a quase divindade de Femto sempre pairou no ar. Desde o fatídico Eclipse, que selou o destino do antigo Bando do Falcão e deu origem ao puro mal encarnado em Femto, a disparidade de poder entre o humano e o membro da Mão de Deus parece intransponível. Femto, com suas habilidades de manipular a matéria, o espaço e até mesmo a causalidade, surge como um inimigo final de magnitude cósmica na busca por vingança de Guts.

No entanto, uma análise aprofundada da obra de Kentaro Miura, conforme explorado em um vídeo recente, revela pistas sutis e conexões intrincadas que podem indicar o caminho para a derrota de Femto. A chave para essa superação pode residir em elementos introduzidos desde os primeiros arcos do mangá, culminando em um potencial único para a espada de Guts, a Matadora de Dragões.

Um ponto crucial levantado na discussão é um evento aparentemente menor no arco do Falcão do Milênio. Shierke, a jovem maga, oferece a Guts uma arma imbuída de elementais mágicos para combater os trolls, criaturas do plano astral. Guts recusa, preferindo manter sua Matadora de Dragões, a qual ele considera uma extensão de seu próprio corpo. Contudo, ao examinar a espada, Shierke nota uma aura sombria envolvendo-a.

Essa aura ganha significado no capítulo 220, durante o confronto com a horda de trolls em Qliphoth. Uma manifestação de Slan, outro membro da Mão de Deus, surge. O Cavaleiro Caveira instrui Guts a empalar Slan com sua espada, proferindo palavras enigmáticas: "Com sua espada, cavaleiro, isto pode ser feito. Pegue esta espada temperada pela malícia de centenas, milhares de mortos e empalhe Slan." Essa declaração sugere que o ódio e a malícia de inúmeras criaturas astrais e apóstolos mortos impregnaram a lâmina de Guts.

Ao seguir a ordem, Guts atinge Slan, causando um impacto significativo o suficiente para ela sentir o golpe e ser expulsa do mundo físico, embora não permanentemente banida. A explicação para essa capacidade da Matadora de Dragões de ferir seres astrais reside nas "baritas", o quinto elemento do mundo de "Berserk", conforme ensinado pelo mago Gedfryn em Elfhelm, a ilha dos elfos.

As baritas são descritas como o elemento responsável por tornar objetos pesados, escurecer os céus e produzir depressão e obsessão. Mais importante, elas têm a capacidade de unir os outros quatro grandes elementos. Em termos do nosso mundo, as baritas podem ser comparadas ao Bóson de Higgs, a "partícula de Deus", responsável por dar massa a outras partículas. Em "Berserk", essa propriedade quântica explica como o poder maligno funciona e como as baritas interligam os outros elementais.

A escuridão que Shierke e o Cavaleiro Caveira notaram ao redor da Matadora de Dragões são, portanto, baritas infundidas na lâmina através da incessante matança de monstros e apóstolos por Guts. Isso conferiu à espada uma capacidade crescente de atingir o plano astral, embora sua eficácia diminua em profundidades maiores desse reino.

Outro aspecto crucial para o desenvolvimento do poder da Matadora de Dragões é a Besta das Trevas, uma manifestação interna das emoções negativas e traumas de Guts, nascida de sua raiva, tristeza e obsessão direcionadas a Femto. A Besta só surge após anos de combate contra seres astrais e apóstolos, culminando após o sombrio arco das Crianças Perdidas. Acredita-se que a malícia dos milhares de mortos que "temperaram" a espada de Guts concederam uma forma real à Besta das Trevas.

Um ponto de inflexão ocorre no capítulo 373, onde Shierke revela que a sombra que envolve a Matadora de Dragões, antes interpretada como a Besta das Trevas, é na verdade a manifestação da própria espada. As baritas, conectadas aos espíritos malignos e ao ego de Guts, assumiram a forma da Besta, que agora reside na lâmina. A crença de Guts de que sua espada é parte dele reforça essa fusão.

A Matadora de Dragões, banhada em sangue de inúmeras criaturas astrais, alimenta a Besta das Trevas, que busca dominar Guts em troca de poder. A armadura Berserker potencializa essa dinâmica, liberando a fúria primitiva da Besta.

A chave final para superar Femto pode estar na natureza das baritas como unificadoras dos cinco elementos. Se existem reis elementais para os quatro elementos primários, logicamente existiria um rei para as baritas, o rei da escuridão. No entanto, esse ser poderia habitar as profundezas do mundo astral, inacessível aos magos.

A brilhante conexão final reside no berílio que Guts carrega consigo desde o encontro com o Conde. Berílios são utilizados pelo Cavaleiro Caveira em sua espada para cortar o véu dos mundos. Como as baritas são o quinto elemento, acredita-se que um quinto rei elemental possa se manifestar na Besta das Trevas e na lâmina de Guts, talvez através de um sacrifício. A história do apóstolo em forma de ovo demonstra que sacrifícios vivos não são inerentemente necessários para ativar um berílio. Guts poderia sacrificar sua sede de vingança, transformando a Matadora de Dragões em uma espada elemental de cinco elementos, capaz de desferir um golpe certeiro contra a Mão de Deus.

O fato de Guts ter sobrevivido ao Eclipse o removeu do fluxo da causalidade, tornando suas ações imprevisíveis para a Mão Divina. Essa anomalia, essa capacidade de desafiar o destino, o torna o verdadeiro matador de deuses. Embora o encerramento precoce da ilha dos elfos possa ter deixado algumas pontas soltas sobre o potencial das baritas, o caminho para a derrota de Femto parece estar intrinsecamente ligado à evolução da Matadora de Dragões e à manifestação do poder da Besta das Trevas. Resta saber o custo dessa transformação e como Guts acessará o abismo, mas uma coisa é certa: a besta interior está prestes a rugir.